Congresso do PT aprova neste sábado diretrizes para eleição 2014
Delegados do 5º Congresso Nacional do PT aprovarão neste sábado (14), no encerramento do encontro, em Brasília, o documento final com as diretrizes do partido para a campanha eleitoral de 2014. O documento deverá estabecer como um dos principais pontos a subordinação das alianças eleitorais nos estados à reeleição da presidente Dilma Rousseff.
De acordo com o texto-base para discussão, elaborado pelo assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, e pelo deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), “a ação do PT estará concentrada na reeleição da companheira Dilma Rousseff à Presidência da República”. O documento também estabelece como metas ampliar as bancadas do partido no Senado, na Câmara e nas assembleias legislativas.
Ao contrário de outros congressos, quando a proposta final era elaborada a partir das sugestões de diferentes correntes do partido, o texto foi feito a quatro mãos por Garcia e Berzoini a fim de promover unidade no conteúdo, segundo informou a assessoria de imprensa do PT. As possíveis alterações à proposta foram deixadas para serem incluídas por meio de emendas a serem votadas neste sábado.
Uma dessas emendas contraria a política de alianças que o partido vem adotando nas últimas eleições. O autor é Markus Sokol, representante da corrente O Trabalho, um dos grupos minoritários do partido, que defende a ruptura da união entre PT e PMDB. O argumento é que o PMDB “sabota a reforma política essencial”.
“A bandeira principal do PT é a reforma política. O PMDB é contra a reforma por ser um partido conservador, principal beneficiado do atual sistema”, disse Sokol. Para o petista, a ruptura deve ocorrer, principalmente, em estados como Maranhão, Alagoas e Rio de Janeiro.
Nesta quinta-feira, na abertura do Congresso, o ex-presidente da República e presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a afirmar em discurso que o ideal “seria sair com um candidato puro-sangue”, mas que “na política real” as alianças são necessárias.
Manifestações e black blocs
Outro tema que poderá ser alvo de debate e divergências durante a votação é a atuação do PT frente às manifestações de rua. Enquanto o partido condena ações violentas, como as dos black blocs, alas mais jovens defendem o diálogo com novas formas de movimentos sociais.
De acordo com a secretária da Juventude do PT de Porto Alegre, Juliana de Souza, o PT precisa reconhecer movimentos sociais novos, como os black blocs, gerados graças às mudanças sociais promovidas pela administração petista. “O que a juventude do partido coloca é que somos contrários à ação mas precisamos de compreensão e diálogo”, afirmou.
De acordo com o secretário de comunicação do partido, José Américo Dias, o PT hoje não flexibiliza o posicionamento contrário às manifestações dos black blocs. “O PT não concorda com nenhum tipo de manifestação como as dos black blocs, que usa da violência nas manifestações” declarou.
Também membro da ala jovem do partido, Laura Sito, integrante do diretório nacional do PT, diz acreditar que é preciso reavaliar a posição diante das manifestações de rua. “Entendemos os black blocs como novas formas de organizações sociais, diferentes das entidades que temos consagradas hoje. Precisamos entender isso e dialogar.”
G1