Governo mantém assistência ampla e gratuita a dependentes químicos

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Quando o assunto é dependência química, Alagoas é o estado da federação onde o atendimento aos usuários de drogas é visto como referência nacional em virtude do modelo de assistência implantado pelo Governo do Estado.

O trabalho é feito por meio da Rede Acolhe, que é coordenada pela Secretaria de Prevenção à Violência (Seprev), e já registrou mais de 15 mil atendimentos desde que foi lançada, há quatro anos. Atualmente, o trabalho assistencial vem sendo desenvolvido com 830 alagoanos.

Hoje, a Rede conta com 36 instituições credenciadas para o tratamento gratuito dos dependentes em diversas regiões do Estado; dois Centros de Acolhimento – um em Maceió e outro em Arapiraca; além das equipes multiprofissionais dos Anjos da Paz, que realizam a busca ativa nas ruas, e o atendimento via Call Center, onde usuários e seus familiares podem entrar em contato pelo  0800-280-9390 para buscar informações sobre a assistência ofertada pelo Governo de Alagoas ou solicitar a visita de uma equipe.

“Estamos investindo em uma estratégia específica, focada na recuperação em relação à dependência, mas, sobretudo, em ações que possibilitem a reinserção social do usuário, para que ele consiga reorganizar a sua vida e se afastar das drogas. O usuário não deve ser jogado num hospital psiquiátrico ou numa cadeia. Ele precisa de atenção e é essa a preocupação de nossa gestão”, argumenta o titular da Seprev, Jardel Aderico.

Assistência

Conhecidas como comunidades acolhedoras, as instituições que prestam atendimento aos dependentes químicos são credenciadas pelo Governo do Estado por meio de edital e atendem exigências em relação à qualidade de infraestrutura, higiene e funcionamento administrativo. Para ter acesso à assistência nessas instituições, o usuário deve procurar um Centro de Acolhimento ou pode ser encaminhado por uma equipe dos Anjos da Paz.

Segundo explica a superintendente de Políticas Sobre Drogas da Seprev, Esvalda Bittencourt, o atendimento no Centro de Acolhimento é iniciado pelo cadastro biométrico do usuário e segue com a triagem, onde profissionais de Psicologia, Assistência Social e Enfermagem avaliam a necessidade ou não de encaminhar o dependente a uma comunidade acolhedora. Caso seja definida a transferência para o início do tratamento, o procedimento é realizado em até 12 horas.

Em Maceió, o Centro de Acolhimento funciona na Avenida Tomás Espíndola, no bairro Farol, próximo à Praça do Centenário. Lá, o atendimento à população é feito das 8h às 17h e o telefone para contato é (82) 3315-1913. Já em Arapiraca, o usuário ou familiares contam com os mesmos serviços no prédio situado na Rua Barão de Alagoas, nº 118, nas proximidades Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), no bairro Alto do Cruzeiro. O telefone é 3539-8441.

“Os Centros são portas de entrada para aqueles que desejam voluntariamente largar o vício em drogas. Após esse atendimento, iniciamos um grande trabalho, por meio das comunidades acolhedoras, para tratar não só o aspecto patológico da dependência química, que é uma doença. Mas, principalmente, para ofertar um tratamento social que permita a recuperação do usuário”, afirma a superintendente.

Nas comunidades, os dependentes ficam até seis meses e, neste período, são acompanhados por psicólogos e também participam de atividades terapêuticas elaboradas por profissionais especializados, incluindo artesanato, cultura, religião e esportes.

Busca ativa

Outra opção disponibilizada pelo Governo do Estado, em relação aos usuários de drogas é o atendimento por meio dos Anjos da Paz, cujas equipes são formadas por psicólogos e assistentes sociais.

Seguindo um cronograma que atende todos os municípios de Alagoas, esses profissionais visitam famílias para fazer a triagem do dependente e, caso necessário, encaminhá-lo a uma comunidade acolhedora.

De acordo com a psicóloga Samylla Gouveia, que é gerente do Programa de Reinserção Social da Seprev, os Anjos também realizam um trabalho específico quando há resistência do usuário ao tratamento.

” Em 90% destes casos, as equipes conseguem convencê-los. Nas ações de sensibilização e busca ativa nas ruas, a média de acolhimento chega a cerca de 30% do total de pessoas atendidas”, conta a profissional.

A visita dos Anjos da Paz também pode ser solicitada por meio do 0800-280-9390, que é o Call Center da Rede Acolhe. Segundo Samylla, o usuário não é obrigado a se identificar no momento da ligação, mas deve deixar um contato e o nome da pessoa responsável em receber a equipe no momento da visita. Ela acrescenta que o serviço funciona também para esclarecer dúvidas da população.

” Recebemos em média 30 ligações por mês. Essa é uma ferramenta importante, que deve ser utilizada, principalmente, por pessoas que não moram próximo aos Centros de Acolhimento. É uma forma rápida e ainda mais acessível de garantir o atendimento da Rede Acolhe ao usuário de droga que quer abandonar o vício”, acrescenta a psicóloga.

Referência nacional

O tratamento da dependência química, em Alagoas, tem chamado a atenção de gestores de outros estados. Em 2015, a Seprev recebeu a visita de representantes dos governos de Rondônia e do Ceará, que se interessaram em implantar um sistema semelhante ao da Rede Acolhe. Segundo o secretário Jardel Aderico, o modelo de assistência alagoano chamou a atenção, inclusive, do Governo Federal

” O reconhecimento ao trabalho feito em Alagoas não é de hoje. Ainda em 2012, a Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad) lançou um edital para o chamamento público para comunidades terapêuticas e acolhedoras para tratamento de dependentes químicos. Nesse edital foi trabalhada a palavra acolhimento e isso nasceu da experiência e da decisão de Alagoas”, afirma Aderico.

 

 

Agência Alagoas

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