CBF vê intriga de catalães, defende Dória e nega abandono de Del Nero a Neymar

cats1A CBF nega que tenha abandonado Neymar, como diz o jornal catalão “Sport” nesta segunda-feira. Quem afirma isso é Walter Feldman, secretário-geral da entidade, que no domingo foi acusado pela mesma publicação de “falar mal de Neymar pelas costas”.

“Estive lá o tempo todo e nosso acompanhamento da comissão técnica com o Neymar sempre foi muito presente. Acompanhamos muito o Neymar antes do episódio e depois do episódio, ele se manteve calmo o tempo todo, brincando muito no treino e participando da batucada dos jogadores. O que esses catalães fizeram é uma desinformação muito grande, eu não falaria mal de alguém como o Neymar, que é uma figura”, disse Feldman, negando o suposto abandono.

“O Gilmar Rinaldi (coordenador da seleções da CBF) ficou o tempo todo conversando com ele, demos um encaminhamento saudável. O recurso pronto, fizemos tudo baseado na orientação da comissão técnica, do Marco Polo (presidente da CBF)”, determinou o secretário.

A matéria dos catalães sugeriu um racha entre a CBF e Neymar, criticou a postura de Feldman, apontou que Del Nero abandonou Neymar e criticou o chefe da delegação brasileira no Chile, o empresário João Dória. O periódico espanhol menciona que o atacante ficou desamparado pela entidade brasileira no episódio que culminou em sua suspensão pela seleção brasileira e saída da Copa América, informações negadas pela confederação.

“Uma matéria como essa depois de tudo o que acompanhamos? A decisão de ele sair foi tomada com ele, ele achou melhor ir embora, tudo muito correto. Uma matéria boba dessas, sem sustentação? Tenho sido discreto e não falei jamais com alguém da Espanha. Não ouviram meu lado, foi um chute para criar intriga, sequer conheço o jornal. Às vezes o futebol tem o diz que me diz, fala uma coisa e fala outra. Faz parte um pouco isso de dizer o que você pensa. Isso da informação é complicado, pois compromete a responsabilidade da informação. Acho que o jornal rompeu com a responsabilidade da informação, pois além de ser inverídico produz instabilidade. Para o mundo do futebol a verdade é fundamental, reputo que foi uma grande desinformação”, relatou o secretário, que está tentando se esclarecer com o camisa 10.

“Estou mandando e-mail para ele, evidentemente é uma relação tranquila a nossa, com certeza não terá desdobramento. Não poderia deixar de comentar que o clima na comissão técnica é dos melhores”, definiu Feldman.

“Um fato interessante é que estávamos aqui o dia seguinte à estreia da seleção e o comentário era de que onde chegaria o Neymar um dia, se ele será igual grandes craques do Brasil, se tornando o maior sem contar o Pelé. Pois ele vai ter indicadores, títulos e gols maiores do que até o Pelé, do que o Ronaldo, do que Zico, Kaká. Fizemos comentários de admiração, de respeito, pela explosão que ele teve de credibilidade. É uma figura inquestionável, só essas coisas acontecem e porque elas acontecem é que o futebol é genial. É por isso, imprevisível” , acrescentou.

Sobre a escolha do empresário João Dória durante a Copa América, Feldman declarou que o chefe de delegação não precisa ficar o tempo todo com o elenco, rebatendo a acusação dos catalães de que o agente fica viajando durante a competição.

“O Marco Polo está inovando na escolha do chefe da delegação, está fazendo uma coisa genial que é você abrir o espaço do futebol para gente que não é protagonista permanente do futebol. É uma demanda que existe no Brasil de que futebol é protagonizado por todos, toda a sociedade deve ter parcela de presença no futebol do Brasil. É bom abrir para alguém de fora conhecer e participar. Só que não tem necessidade do chefe da delegação ficar 24 horas com o grupo, o que ele precisa é fazer as relações diplomáticas institucionais com outros países, com consulados, com a embaixada, deixar a gente ter uma representação que não fica a cargo da comissão técnica. E algúem de foram das intimidades precisa estar só um pouco ao lado da comissão, não precisa estar o tempo todo ao lado e nem deve, são habilidades diferentes, é bom para mostrar para eles que existe uma representação oficial. A CBF não, a CBF tem que estar o tempo todo que for necessário do campo jurídico e satisfazer necessidades que a comissão técnica porventura tenha. Por exemplo, um jogador que venha a ter algum tipo de emergência, a CBF atua com a sua estrutura, questões relativas a logística. Temos que dar apoio e a CBF é importante, mas o chefe não é da relação institucional. Tem que estar presente, mas não o tempo todo. Eu por exemplo estive presente em todas as refeições, todos os treinos, mas sou da CBF, o chefe não precisa estar o tempo todo”, analisou Feldman.

Por fim, o secretário saiu em defesa de Del Nero, após os catalães dizerem que o presidente da CBF abandonou Neymar “com medo de sair de seu país e acabar detido como seu antecessor”.

“Eu acho que aí tem a tal da quebra da instituição, tem a presunção da inocência. O Marco Polo não tem envolvimento com nenhuma acusação. A denúncia que veio da Suiça trouxe o presidente de volta para tomar rédeas do comando da CBF em um momento dificil que não passava. Temos questões a ser plantadas no dia a dia em que são imprescindíveis a presença dele. O Marco Polo ficou aqui para ver, por exemplo, a reforma administrativa, ele ficou muitos dias elaborando propostas para apresentar às federações. Foi a primeira grande reforma da CBF e não poderia ter sido feito por outra pessoa que não ele, ele presidiu a reunião para discutir a visão dos clubes sobre medida provisória. Dei alguns exemplos de questões que são importantes e em breve terá a instalação da CPI, temos que estar atentos a isso, ao material que porventura parlamentares solicitam. E realmente se me perguntassem diria que o Marco Polo é fundamental aqui, pois os pares dele estão o representando lá no Chile”, finalizou Feldman.

 

El País

 

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