Rota do Cangaço impulsiona turismo cultural em Alagoas

Há exatamente 77 anos, encerrava-se um dos ciclos culturais mais ricos do Nordeste brasileiro. Com a morte de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, chegava ao fim a trajetória de lutas revolucionárias dos camponeses residentes no Sertão do País, conhecida, tradicionalmente, como o Cangaço.

Imagem encontrada no Museu do Sertão, que exibe, em suas três salas, as marcas da história da cidade
Imagem encontrada no Museu do Sertão, que exibe, em suas três salas, as marcas da história da cidade

Entretanto, com boa parte dessa história construída em Alagoas, a herança deixada por Lampião no Estado ainda possui vida longa. Localizada às margens do Rio São Francisco, na centenária cidade de Piranhas, encontra-se a Rota do Cangaço, representando a trajetória do cangaceiro em meio à caatinga alagoana.

“Todo o município de Piranhas respira o movimento cultural do Cangaço. Desde a população local até os turistas, a história é abraçada por quem tem a oportunidade de conhecer, por meio da Rota do Cangaço, a identidade de luta do povo sertanejo”, afirma Sandra Villanova, diretora de Destinos e Produtos da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur).

Com enorme potencial para o Turismo Cultural, a região Caminhos do São Francisco contempla o destino, que representa o terceiro mais procurado em Alagoas e garante aos visitantes uma rica experiência sobre a vida e morte do Rei do Cangaço.

Já na chegada à Rota, o público encontra guias de turismo devidamente caracterizados. Vestidos de cangaceiros, e partindo do cais de Piranhas, os profissionais conduzem os visitantes à travessia do Rio São Francisco. O trajeto, que costuma encantar desde o início pelas belezas naturais do Velho Chico, pode ser feito de barcos ou catamarãs.

Pelo caminho, é possível observar as formações rochosas e morros cobertos pela vegetação da caatinga. Seguindo a trilha, o ponto de chegada é um local com estilo rústico, equipado com infraestrutura adequada de restaurantes, lojas e serviços para receber os visitantes.

Gastronomia

No passeio, a gastronomia apresenta uma extensa variedade de pratos à base de peixes e de inspiração sertaneja, como a galinha caipira, o assado de bode e o singular doce de coroa-de-frade, feito a partir de um cacto nativo da caatinga. Fazem parte ainda do cardápio piranhense a buchada, a carne de sol e o delicioso guisado.

Dentre os pontos principais da Rota, a Grota de Angico representa o local onde Lampião, Maria Bonita e seu bando foram executados, em 1938. Cerca de 700 metros são seguidos por uma trilha estreita, garantindo o turismo de aventura na região.

Retornando ao centro de Piranhas, a simplicidade e o charme do Museu do Sertão exibem, em suas três salas, as marcas da história da cidade por intermédio de objetos, armas e vestimentas da época do Cangaço. A foto que ficou conhecida nacionalmente, com as cabeças de Lampião e seu bando expostas, foi registrada nas escadarias da antiga Prefeitura de Piranhas.

Para a secretária de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Jeanine Pires, o destino Alagoas demonstra que proporciona aos seus visitantes uma diversidade de destinos e produtos, não se restringindo ao tradicional sol e mar, mas se mostrando fortalecido e com potencial turístico em outros segmentos.

“O Governo do Estado, por meio da Sedetur, tem realizado ações de fomento e estruturação do destino, como divulgação em eventos e apoio as possíveis ações empreendedoras na localidade”, completa.

 

Agência Alagoas

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